LEVIATÃ - O MOSTRO BÍBLICO
O Livro de Jó (capítulos 40 e 41) aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos.
No diálogo entre Deus e Jó, o primeiro procede a uma série de indagações que revelam as características do monstro, tais como "ninguém é bastante ousado para provocá-lo; quem a ele resistiria face a face? Quem pôde afrontá-lo e sair com vida debaixo de toda a extensão do céu? Quem lhe abriu os dois batentes da goela, em que seus dentes fazem reinar o terror? Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre" (Bíblia Sagrada, 1957: 656).
Ao lado do Leviatã, no capítulo 40 do livro de Jó, aparece o Behemoth (Jó 40:15-16, "Contempla agora o Beemote, que eu fiz contigo, que come erva como o boi. Eis que a sua força está nos seus lombos e o seu poder, nos músculos do seu ventre." Biblia JFA Revista e corrigida).
Levanta sua cauda como (um ramo) de cedro, os nervos de suas coxas são entrelaçados; seus ossos são tubos de bronze, sua estrutura é feita de barras de ferro" (Bíblia Sagrada, 1957: 654). Existe uma lenda judaica que fala que Deus enviara Behemoth para matar Leviatã. Eles terão uma grande batalha, onde os dois morreriam, mas Behemoth sairia vitorioso por cumprir sua missão. No Livro de Isaías (capítulo 27), o Leviatã é descrito como uma serpente marinha, longa, forte, tortuosa e veloz.
A origem histórico-mitológica de tais animais descritos na Bíblia é uma questão um tanto obscura. Ambos os animais têm sido associados a algumas sagas, e o Leviatã talvez esteja associado ao "Tiamat" mesopotâmico. Os historiadores e teólogos da Bíblia não relacionam esses animais ao que poderia ser um mito político. O Leviatã também aparece na Bíblia sob a forma do maior dos animais aquáticos, como um crocodilo ou então na forma de um enorme peixe, uma baleia. Já o behemoth, como animal terrestre representado sob a forma de um hipopótamo.
Conforme Jó 41:18-21, muitos também acreditam que o Leviatã pode ter sido um dragão:
18 Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva.
19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
20 Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira.
21 O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai fogo escarlate.
A descrição no Livro de Jó é hiperbólica. Sendo este livro narrado de forma poética, deve-se ponderar a interpretação literal dos termos.
“Que a amaldiçoem os que amaldiçoam o dia, os entendidos em conjurar Leviatã!” (Jó 3.8)
“Poderás pescar o Leviatã com anzol e atar-lhe a língua com uma corda? Serás capaz de passar-lhe um junco pelas narinas, ou perfurar-lhe as mandíbulas com um gancho? (...) A tua esperança seria ilusória, pois somente vê-lo atemoriza. Não se torna cruel quando é provocado? Quem lhe resistirá a frente? Quem ousou desafiá-lo e ficou ileso? Ninguém debaixo do céu.” ( Jó 40 25, 25 e Jó 41. 1 – 3).
Suas origens remontam à mitologia fenícia em que simbolizava o caos e possuía a imagem de um crocodilo. Na crença judaica, o Leviatã (também chamado de dragão em Ezequiel 29.3 e de crocodilo em Ezequiel 32.2) simboliza um poder contrário ao de Deus que, segundo o cristianismo, deverá sucumbir no Juízo Final.
Em Jó, mais especificamente no capítulo 41, encontramos uma descrição do Leviatã como um monstro terrível a ponto de “ninguém poder desafiá-lo e ficar ileso”, irresistível e muito poderoso.